“Esperavas-me?”, exclamei, surpreendida.
“Sim, sabia que, mais cedo ou mais tarde, serias minha. Pressentia que havia de ser hoje”.
“Mas como?”
“Intuição”
“E se não viesse?”
“Faria o que te preparavas para fazer quando te interrompi, porque a vida sem ti seria insuportável.”
“Afogavas-te?”
“Não exactamente. Limitar-me-ia a adormecer…no sono eterno, pensando em ti, neste quarto preparado para te receber, onde homem algum jamais entrou.”
Um quarto bizarro. Com um espesso tapete branco, estofos da mesma cor. Na mesa de cabeceira um velho candeeiro de prata, proveniente de alguma igreja bizantina ou sinagoga do Oriente. Difundia um clarão pálido.
“Sei que o branco é a tua cor preferida e foi unicamente por isso que o escolhi, só para ti. Nenhum homem entrará aqui”.
De repente, num abrir e fechar de olhos, cheio de destreza…despiu-me.
Eu nas suas mãos…como uma criança ensonada..em êxtase.
Explorou-me com o olhar. Todos os recantos. Mergulhou no meu cérebro.
Fez-me perder a noção das coisas.
Atravessou o meu coração.
As veias explodindo.
As mãos percorreram o meu corpo. Estremeci de prazer. Sentindo os pêlos a roçar-lhe as faces ..pescoço…até que pegou-me no sexo..e pousou-lhe os lábios…
Rodeei-lhe a cabeça…sensação tão aguda que receei enlouquecer..
Vibrava com intensidade na boca dele.
Lambida pela língua..
Sugado..mordiscado..devorado…O gozo insuportável..matava-me e perderia os sentidos se durasse mais uns segundos.
“Basta, basta, por favor…”
Supliquei.
Manteve-se surda aos meus rogos. Os seus olhos emitiam uma torrente de fogo que me trespassava o corpo. Tremores rápidos e sucessivos…
“Basta! Basta!”
Súbita e inesperadamente uma das mãos que me acariciavam os mamilos penetrou-me por tráz…
Senti-me mulher à frente e mulher atrás…
Prazer indescritível…
Era demasiado. O meu corpo fundia-se. O escaldante jacto irrompeu em fúria..como uma ninfa de fogo; ao mesmo tempo que o sangue em ebulição me atingia o cérebro me conduzia ao delírio.
Não podia continuar a resistir… Sucumbi ao prazer…
Minutos depois recuperei os sentidos. Assolada num rapto erótico desnudei-a.
Rolámos confusas ofegantes..como gatas no cio num paroxismo amoroso.
Os lábios ardendo de ansiedade
Contemplei-a Ávida… segurei-a, beijei-a. Acariciei a pele aveludada.
A minha língua lambeu-a demoradamente. Suave. Suguei-a.
Pulsava. Segurei-a com mais força avançando até onde nunca tinha imaginado.
“A tua boca queima-me, suga-me o cérebro. Pára..Agonizo. Não posso resistir. É demais!”
Os meus movimentos tornam-se mais rápidos. Em breve um estremecimento. Um líquido quente, viscoso..acre me inundou a boca.
Quase degenerou em dor o prazer…
Extenuada de excesso…
Os corpos relaxados. Em breve repouso.
A sua boca procurou a minha. Acariciou-me as nádegas…os seios..delícia indescritível..
Perdi a razão de novo. Os nossos corpos formavam uma massa de sensualidade palpitante.
A concupiscência restringia-nos a tal ponto que com a tensão nos retraíamos.
Sacudíamo-nos. Desvairadas. Abandonei-me de repente. Atingi o auge do ímpeto erótico.
Trepanado…a coluna dividida em duas. Chuva de chispas ardentes…
Tudo nervos e músculos. Graciosos…suaves.. no vir…na entrega…
Abri os olhos…
Mordiscou-me a nuca. Deslizou os lábios ao longo das minhas costas…
Morro de Amor por ti
p.s - Eu não ganho mesmo juízo!!
sexta-feira, julho 22, 2005
Pensei em chamar "Morro de amor por ti"...
Publicada por requiescatinpacem à(s) 4:51 da tarde