Ao considerar prioritário o TGV e a construção do aeroporto da Ota, o Governo do PS mantém as políticas autistas seguidas pelos anteriores Governos e demonstra não ter capacidade para definir uma estratégia de crescimento sustentável. As medidas anunciadas, para lá de revelarem falta de liberdade perante o betão e as obras públicas, são antinacionais e testemunham a separação total entre o País político e o País real..Pior do que isso, o Governo dá provas de não possuir uma ideia para o nosso desenvolvimento económico, desprezando as áreas em que manifestamente podemos ser competitivos. Com agricultura pouco mais do que residual, com uma indústria globalmente fraca e uma actividade comercial a atravessar um dos períodos mais negros da sua vida, Portugal é hoje um país dependente do acaso, rezando a cada instante para que a AutoEuropa não bata com a porta e leve consigo uma importante percentagem do PIB. .Goste-se ou não, comunicando aos portugueses as suas opções, o primeiro-ministro fará no Continente aquilo que Jardim tem feito na Madeira investimento público, megalomania, desperdício, nenhuma produtividade, nula criação de riqueza. Sem empresas, sem produção, sem perspectivas reais de aumento das exportações e com uma carga fiscal elevada, para justificar a falta de coragem perante a despesa pública, o Governo pode ter decretado a sua queda antes do final da legislatura. .Que não existam, a este respeito, grandes dúvidas. Com TGV ou sem TGV, com Ota ou sem Ota, será difícil segurar a opinião pública quando as empresas começarem a fechar as suas portas, a um ritmo muito maior do que se supõe, e as famílias não tiverem capacidade para honrar os compromissos financeiros assumidos.