Kelly Slater, um nome que se confunde com uma modalidade e que preenche na íntegra o conceito de "exemplo desportivo".
Líder indiscutível no desporto do surf, recentemente campeão mundial pela 11ª vez, aos 39 anos. Filho de pai alcoólico, Kelly não bebe e não consome drogas. Tem sempre uma palavra de correcção para os outros, ganhe ou perca. Tal como um Pete Sampras, um Michael Jordan, campeões na verdadeira acepção da palavra: melhores que todos os outros sem passar por cima de ninguém, apenas porque têm mais talento e porque trabalham no duro. Não precisam de apontar para si para ganharem a atenção dos holofotes. São naturalmente a essência do desporto, mesmo quando o desporto se tornou numa indústria.
Kelly, americano de ascendência Irlandesa e Síria, que acumula o título de o mais novo e o mais velho campeão de surf do circuito mundial, já tinha sido campeão 5 vezes de seguida quando em 1998 anunciou que se retirava. E esteve vários anos de fora. A gozar o dinheiro, a sacar tubos e gajas, sem estímulo para regressar ao activo. Até que apareceu Andy Irons, e que rapidamente se tornou num fenómeno na modalidade, ganhando por 3 vezes o título de campeão mundial. Kelly fez as malas, voltou aos treinos, estava na hora de testar os seus limites de novo. E claro, voltou a ser campeão. Nível técnico, excelente preparação física, experiência e profissionalismo. Não há segredos. Quem segue a modalidade sabe perfeitamente porque é que Kelly é melhor.
No ano passado, Andy Irons morreu (morte súbita, aos 32 anos, com suspeitas de consumo de drogas como causa de morte). Kelly Slater, que apesar de ser o maior rival desportivo de Andy Irons, com quem mantinha uma relação complexa (chegaram a estar um ano sem se falar) sempre admitiu que Irons fora uma inspiração para si e uma das grandes influências no surf, não conseguiu evitar as lágrimas, tanto em privado como em público.
Por isso, da próxima vez que virem um miúdo a querer ser como o Kelly Slater, respirem fundo. Não podiam estar em causa melhores valores desportivos.. também por isto eu amo este desporto, nunca chegarei ao mesmo nivel, mas espero um dia ter a mesma careca queimada pelo sol.
quinta-feira, novembro 10, 2011
Ke11y Slater
Publicada por requiescatinpacem à(s) 1:56 da tarde